A categoria ainda não possui grande espaço no esporte, mas recebeu o apoio da ONU
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Foto: Reprodução |
Os jogos Olímpicos já estão logo aí. A partir de agosto de 2012 a cidade de Londres, Inglaterra, terátodos os holofotes virados para atletas que em cada categoria buscam o mais perto da perfeição, se tornando deuses, e eternizados com seus tempos, recordes e marcas em seu esporte.
O que muitos se esquecem é dos jogos Paraolímpicos, que acontecem logo em seguida dos Olímpicos, mas que ainda não tem a mesma dimensão e espaço na mídia como o original.A diferença entre os dois são poucas. Talvez a capacidade física, motora ou mental do atleta, porque o desempenho de ninguém deixa a desejar.
A luta de um atleta Paraolímpico não começa quando ele entra em cena nas disputas por medalhas, mas sim quando ele tem que lutar contra seu próprio preconceito e aceitar sua condição de deficiente. O atleta velejador Lars Grael que perdeu a perna direita em um acidente enquanto estava no mar, contou em entrevista a revista Veja na edição de maio de 2004, que,hoje ele se sente uma pessoa melhor. “Sou mais feliz do que pensa a maior parte das pessoas que me veem na rua e me consideram um coitado”, disse.
A sensação de um deficiente conseguir nada sozinho, correr, ou até jogar futebol sem ao menos ver a bola, pode ser descrita por qualquer um deles como uma sensação de liberdade. A nadadora Fernanda Lima, que hoje já é nadadora aposentada diz que quando estava na piscina ela era apenas mais uma, e não uma mulher em cima de uma cadeira de rodas. “Eu tinha de volta a liberdade que me foi tirada. Aqueles 50 metros eram os melhores da minha vida porque não precisava de ninguém. Era apenas eu e a água”.
Durante o evento dos jogos algumas instituições dão apoio e suporte aos atletas com médicos e psicólogos. A AVAPE, instituição focada na inclusão de pessoas com deficiência, é uma instituição filantrópica de assistência social, que atua no atendimento a pessoas com todo tipo de deficiência, advindas, também, de comunidades de alto risco social. A organização acredita que a inclusão social passa pela reabilitação global do indivíduo. Para isso, oferece apoio multidisciplinar às pessoas com deficiência, que engloba desde a prevenção, reabilitação clínica, orientação sobre o convívio familiar e social, reabilitação e capacitação profissional, inserção no mercado de trabalho, além de prestar consultoria e treinamento a empresas para adequação dos postos de trabalho para pessoas com deficiência. Fundada em 1982 na região do ABC, em São Paulo, é considerada entidade modelo, tendo sido a primeira no mundo a receber o certificado ISO 9001.
O que prejudica o desempenho e incentivo desses atletas são as poucas competições que acontecem e a falta de patrocínio. Os treinamentos ocorrem toda semana, para as competições acontecerem a cada cinco ou seis meses. Segundo a fisioterapeuta Ana Carolina Rodrigues isso leva ao desgaste físico e mental do atleta. A ONU (organização das nações unidas) reforça a importância dos jogos. “Os Jogos Paraolímpicos são um exemplo vigoroso do que é possível alcançar quando cada um tem a possibilidade de participar e revelar o seu pleno potencial”, declarou. Isso só reforça a importância de se dar a mesma atenção e oportunidade a quem ainda tem muito a mostrar.
Por: Jacquelinne Rodrigues - RA:4728165
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