Uma solução encontrada pela sociedade civil para fazer o que o Estado não consegue
Sede da ACTC, casa de apoio localizada na Oscar Freire Foto: Reprodução |
São Paulo abriga alguns dos principais complexos hospitalares do país e, com isso, a cidade recebe diariamente centenas de pessoas vindas de cidades do interior do estado bem como de todo o Brasil. Só na capital, de acordo com a base de dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), são cerca de 87 hospitais disponíveis para internação na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).A maioria das pessoas atendidas pela rede faz parte de uma população de baixa renda que, por não ter um serviço de saúde especializado em sua cidade, são encaminhadas para São Paulo em busca de tratamento adequado para o seu problema ou de algum familiar.
Além dos problemas de saúde, quando chegam à capital se deparam com outras dificuldades como onde se hospedar e como se locomover numa cidade tão grande e até desconhecida, em alguns casos. É nesse momento que as casas de apoio fazem a diferença na vida desses moradores temporários da cidade.
A ACTC – Associação de Assistência à Criança e ao Adolescente Cardíacos e Transplantados do Coração – é uma dessas casas de apoio,localizada na Rua Oscar Freire, endereço nobre da capital paulista. Mas, mais nobre que o endereço é o trabalho realizado pela entidade.
Situada em local estratégico, próximo ao Hospital das Clínicas, Instituto do Coração e Instituto da Criança, a estrutura da casa proporciona aos hóspedes temporários muito mais do que apenas um abrigo para dormir. Acompanhamento psicológico, fonoaudiológico e assistência social são alguns dos complementos oferecidos gratuitamente às crianças e acompanhantes que, na maioria dos casos, são as próprias mães.A instituição, que se mantém integralmente de doações e parcerias de pessoas físicas e jurídicas, promove ainda a integração social por meio de atividades coordenadas por pessoas capacitadas, como aulas de bordado com as mães e atividades recreativas com as crianças.
Cleonice, uma alagoana de 35 anos, é uma das mais de 20 hóspedes que a associação abriga no momento. Quando veio do interior de Alagoas apenas com o filho, portador de síndrome de Down e problemas cardíacos, e uma pequena bagagem nas mãos, Cleonice não sabia nem como chegar ao hospital onde o filho faria o tratamento. Após algumas idas e vindas de internação, o próprio hospital encaminhou mãe e filho para a casa de apoio – “Nossa, foi uma bênção eles terem me mandado pra cá. Aqui é muito bom, meu filho tem acompanhamento de psicólogo, faz fono, terapia corporal, que ele adora. Além de estar mais perto do hospital né. Enquanto eu puder ficar aqui vai ser ótimo.”
Enquanto as cidades brasileiras não tiverem um sistema de saúde suficiente para atender as suas demandas e a população não tiver condições financeiras de se manter durante o período de um tratamento médico, casas de apoio e demais instituições não governamentais ser farão necessárias para suprir uma carência que o Estado não consegue atender. Que seja assim e que funcione enquanto durar. Amém.
Por Renata Bartel - RA: A28BGI-0
Grupo: "Mães de UTI"
Grupo: "Mães de UTI"
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