quarta-feira, 30 de maio de 2012

KARAOKÊ: DO ENTRETENIMENTO AS COMPETIÇÕES, O REFLEXO DA PAIXÃO PELA MÚSICA

Foto: Reprodução
Soltar a voz sem medo e na companhia dos amigos. Pode parecer brega, mas no bairro da Liberdade em São Paulo, o karaokê é a principal atração da noite nos bares. A empolgação que é vista nesses lugares surgiu sem grandes pretenções, há quase 30 anos na cidade de Kobe, no Japão.

Era apenas para solucionar o problema de uma noite perdida em uma casa de shows. A falta de um guitarrista fez com que o proprietário do lugar arranjasse fitas cassetes com músicas para acompanhar os vocalistas da banda.

A solução inesperada não foi registrada e acabou virando moda em outros bares da cidade. Batizada oficialmente de karaokê (cantar sem orquestra), a grande idéia só comprovou o gosto dos japoneses pela música. Cantar é uma tradição para eles, e por incrível que pareça ter o fundo musical ou saber cantar não é o mais importante.

Após a descoberta, surgiram as competições com orquestras. Elas encrementavam os eventos em que o público tinha que deixar a vergonha de lado e cantar. Os mais sofisticados aconteciam por todo país. Esses eventos ganharam o nome de "nodjiman", que significa orgulhar-se da garganta. E que orgulho, já que japonês nenhum ficava sem cantar nessas festas.

As competições apareceram por aqui na década de 70, em São Paulo (cidade que tem a maior colônia japonesa do país). E não poderia ser em outro lugar, a Liberdade era o palco para os eventos que começaram de maneira improvisada e fizeram sucesso.

Na época, eles usavam apenas playbacks de músicas japonesas e as mais populares inglesas. Os hits dos Beatles eram os preferidos.

O repertório era bastante variado e com o tempo foi se aperfeiçoando. Pequenas orquestras como Heibon Band, Universal, Aozora Gakudan, Românticos de Tokyo e Orion Band acabaram consagradas.

Um dos últimos concursos aconteceu no Festival Royal Japan, em 1986. Com o fim das festas tudo mudou e o karaokê perdeu espaço para os equipamentos mais sofisticados (a maioria de uso doméstico). Apesar disso continua sendo uma boa opção para juntar os amigos nos fins de semana. Nada é como antes. Mas pode acreditar, a animação é garantida.

Por: Marianne Perfetto - RA: A23013-0
Grupo: Revista Gaijin SP

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