PAI DE UTI

Qual o papel deles nessa trajetória

Os pais percebem cada vez mais a importância do seu papel
na recuperação dos filhos
Foto: Reprodução

Quando paramos pra pensar em quem suportaria por muitos anos a dura e fria jornada de uma UTI para acompanhar cada evolução, internações, tratamento, só conseguimos imaginar uma mãe. Talvez pelo amor incondicional ou pelo próprio instinto materno.

É comum elas se fazerem presentes em todos os momentos, abandonam seus empregos, abrem mão de si para viver a vida do filho na UTI.

Como normalmente os pais voltam a trabalhar mais cedo que as mães, por conta da licença maternidade, eles acabam não acompanhando de perto toda a rotina de cuidados e necessidades dos filhos.

Apesar de algumas pesquisas apontarem que o índice de abandono de maridos afeta três em cada dez casais com filhos internados na UTI nos primeiros seis meses.  Alguns pais de UTI se fazem mais presentes muitas vezes do que a própria mãe.

“Minha filha fica internada na UTI pelo menos um vez por mês, ela tem crises convulsivas que ninguém descobre porque acontecem, quando começam temos que levar Thayna para o hospital e ela vai direto pra UTI” diz José Valtecir Sarto.

José é quem acompanha mais de perto a rotina de Thayna, e quem dá banho, leva ao médico e participa de cada momento da filha, sua esposa Sandra trocou de papel por motivos financeiros e por medos psicológicos que a afetaram após o nascimento de Thayna.

Além dos pais suportarem todo o sofrimento e apreensão que são as consequências sofridas por quem tem um ente querido em uma situação de risco, muitos pais tem que ser compreensivos e suportarem a ausência da esposa, o abandono da vida social do casal.

O número de pais presentes e trocando informações sobre o assunto cresce cada dia mais nos grupos de redes sociais e nos acompanhamentos psicológicos oferecidos pelos hospitais com UTI´s infantis e neonatais.

Por: Gabriela Montagner - RA: A33173-5
Grupo: "Mães de UTI"