Foto: Fellipe Iane |
O presente trabalho pretende abordar a Semiótica aplicada à comunicação. A Semiótica, que vem do grego semeion e significa “ciência dos sinais”, estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas de significação. Mais abrangente que a linguística, a qual se restringe ao estudo dos signos linguísticos, esta ciência tem por sistema: artes visuais, música, fotografia, cinema, culinária, vestuário, gestos, religião, ciência, etc.
Com o crescente entusiasmo na área da comunicação e suas vertentes na internet, muitas pessoas começaram a divulgar seus trabalhos diretamente para o público, sem filtros dos meios tradicionais de comunicação. Jornalistas que trabalham como freelancercomeçaram a montar blogs e divulgar seu trabalho paralelamente. Pensemos que todas essas ferramentas permitem maior diversidade nas opiniões, que saem, então, do ambiente de regras e interesses para serem colocadas claramente, sem os freios que os “profissionais” ou os interesses de empresas exigiriam.
Isso teve grande impacto na sociedade. Qualquer um que consiga atrair a atenção pelo seu site, blog ou canal do Youtube fica famoso. Assim, pode se manifestara respeito do que quiser e como quiser, e a mensagem chegará a uma enorme quantidade de leitores.
Por outro lado, a Política, que sempre antes foi assunto apenas de alguns intelectuaisno Brasil, se popularizou bastante de tempos para cá e ganhou certa constância. Hoje, a maioria da população mantém uma opinião formada a respeito de determinado político ou partido, situação potencializada pela crescente bancada religiosa dentro do Congresso. A mudança comportamental é importante para a ascensão de um governo e futuro de um país, mas, ao mesmo tempo, temos que analisar o conteúdo da informação que é veiculada e verificar até que ponto toda essa facilidade de circulação engloba alto teor de veracidade ou se simplesmente não trazem solução.
Para abordar a complexidade dessas informações, foram escolhidas duas revistas,a“Veja” e a “Carta Capital”, em matérias que abordem o governo Dilma, com a finalidade de buscar falhas ou persuasões que passam despercebidas e influenciam o publico leitor nas suas opiniões. Sabemos que a utilização de meios gráficos para atrair o público e a ambiguidade dos textos também são uma problemática na compreensão. Com o estudo da Semiótica,analisaremos todas essas ferramentas de textos e linguagem para trazer à tona as contrariedades entre ambas as revistas.
A função do jornalista vai além do que meramente informar. Seu trabalho consiste na transliteração: adequação de linguagem, traduzindo termos técnicos em notícias simples para que o leitor, mesmo não tendo um conhecimento profundo do assunto, possa compreender do que se trata.
Outra função do jornalista é contextualizar essas informações para seu público e ainda refletir com ele suas implicações. Há uma grande diferença entre o jornalista que informa, por exemplo, "Dilma foi eleita presidente da República" e o que procura refletir o que isso significa para nosso país. Há, no jornalismo, um engajamento que prima por promover bens noticiosos de utilidade pública e isso vai além de informar: consiste em comparar, alertar, prevenir, explicar, etc.
As opiniões opostas, ou versões de verdades, costumam entrar em um sério problema filosófico: O que é verdade?Esta qualificação implica o imaginário, a realidade e a ficção, questões centrais tanto em Antropologia Cultural, Artes, Filosofia e a própria Razão. Como não há consenso entre filósofos e acadêmicos, várias teorias e visões acerca da verdade existem e continuam sendo debatidas.
Para Nietzsche, por exemplo, a verdade é um ponto de vista. Ele não define nem aceita definição da verdade, porque não se pode alcançar uma certeza sobre a definição do oposto da mentira. Daí seu texto "Como filosofar com o martelo".
Quando jornalistas trabalham com os fatos a seu favor, temos que analisar com cuidado a maneira como esses fatos são expostos, a sua ética e todas as questões morais envolvidas, não esquecendo que por trás dele pode existir um meio de comunicação ou um “achismo”.
O Jornalismo não pode ser somente técnica, aprender a escrever e usar as ferramentas certas, precisa ser estudado conceitualmente com bases em fundamentação que sai do senso comum.O discurso jornalístico busca,a priori, atingir a neutralidade, mas esta teoria não é aplicável na enorme maioria dos casos.
Assim, nenhum discurso é isento, pois “ nosso acesso ao real é sempre mediado, dado numa outra dimensão que não a dele, dado na ordem simbólica”¹
1 - GOMES, Mayra Rodrigues. Jornalismo e Ciências da Linguagem. São Paulo: Edusp/Hackers, 2000, p.31.
Por: Fellipe Iane - RA: 776071-0
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