quarta-feira, 30 de maio de 2012

MULHERES GUERREIRAS

O papel da mulher no comércio informal de alimentos em São Paulo
Vendedora ambulante de alimentos no centro de São Paulo
Foto: Reprodução


A mulher com o passar dos anos vem demonstrando suas capacidades e habilidades em ganhar seu próprio dinheiro, ajudar nas despesas em casa e em muitos casos sustentar a família sozinha. Criou uma independência feminina e o poder de liderança, transformou seus valores e reconhecimento na sociedade.


Para Miriam Simões Cândido, Psicóloga e autora do trabalho "Mulheres guerreiras": identidade feminina e profissional entre vendedoras ambulantes da cidade de São Paulo pela Universidade de São Paulo (USP), o papel da mulher nestes casos é de grande importância, pois é através dele que uma grande camada da população tem encontrado sustento, principalmente em momentos de maior índice de desemprego. Há décadas essas mulheres ocupa lugares de importância produzindo aquilo que para elas já fazia parte de suas atribuições, o preparo de alimentos.


Ela conta que em sua pesquisa de campo as mulheres apontaram o fato de serem independentes, sem um patrão para quem dar satisfação, poderem cuidar dos filhos, uma vez que podem levá-los com elas caso haja necessidade e também a diversidade de contatos.

Ela percebeu que a maior dificuldade dessas mulheres está relacionada à ação de fiscais, com abordagens desrespeitosas e também ao cansaço provocado pela dupla jornada de trabalho. Ela acredita que com a evolução do tempo, pode diminuir esse mercado de trabalho entre as mulheres, pois elas afirmaram que quase não têm lazer e descanso, que suas jornadas são árduas e que este caminho foi escolhido pela falta de escolaridade, falta de emprego formal e preconceito e que este sacrifício que fazem é para que seus filhos tenham um futuro diferente e as mais jovens estão em busca de uma qualificação profissional.

Margareth Avelino, 47 anos, trabalha em confecção de brinquedos durante o dia e ainda encontra tempo para fazer bolos caseiros e vender para conhecidos e comerciantes pelas ruas. Um dom que foi passado pela sua mãe traz para a família um dinheiro extra e com o seu talento, Margareth nem precisa divulgar, pois as próprias pessoas próximas a ela fazem isso e diz que adora o que faz.

Para Ligia Maria da Silva, Psicóloga, o panorama é diverso, a mulher continua ocupada com os afazeres do lar e ainda sai para o trabalho externo. Quanto à rotina, elas precisam conciliar o trabalho doméstico com o trabalho exercido fora de casa. Ela ressalta a importância desses pequenos atores econômicos que todos os dias se propõem a enfrentar dias de sol, chuva e vento, com o enfrentamento incerto de trazer um bom resultado econômico para seus lares.


Por: Adriana Catosio Cerri - RA: A24JFA-6

Grupo: Comércio informal de alimentos em São Paulo

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