"Se alguém falar mal da Paim e da Augusta, é porque não conhece a região", diz ex-moradora da Paim, rua conhecida pelos pontos de vendas de droga
Rua Paim, zona central de São Paulo Fonte: Maurício Sampaio |
A Rua Augusta é famosa por seus bares, restaurantes e casas noturnas que atraem gente de todos os cantos de São Paulo, principalmente os jovens, que frequentam a região em busca de novidade e diversidade, o que não falta por ali.
Estamos falando de uma rua super movimentada que se tornou um prato cheio para todos os gostos, estilos e classes sociais e isso inclui, infelizmente, o fácil acesso às drogas. Pequenos bares específicos se tornaram pontos de venda conhecidos pelos frequentadores e não é preciso ser íntimo para chegar e fazer o seu pedido. No final do ano passado o bar Ecletico’s foi fechado após uma operação policial que prendeu seis pessoas suspeitas de envolvimento com o tráfico que acontecia na calçada e dentro do bar.
Giovanni Barros, publicitário de 33 anos, frequenta a Augusta há quase dez e garante que “Não é bagunçado como todo mundo fala, aqui não é a Crackolândia. A galera fuma maconha por aí e em algumas baladas já manjadas o pessoal curte cocaína, mas garanto que se passar a noite aqui vai ver pouco disso pelas ruas, o povo gosta de difamar a Augusta”, garante o publicitário, que diz já ter visto muitas vezes pessoas usando drogas na região, mas nas travessas, para não chamar muita atenção das outras pessoas e principalmente dos policiais, já que as rondas estão se tornando frequentes na rua.
Uma das travessas mais conhecidas pela venda de drogas é a Paim. A pequena rua cercada de prédios e cortiços é velha conhecida dos usuários mas, de acordo com informações da Polícia Militar, as rondas foram reforçadas no local para inibir a venda e o consumo de entorpecentes. Joyce Carrasco tem 23 anos e morou na rua Paim durante dez meses em 2011, no prédio mais conhecido da região pela venda de drogas. Ela conta que no início foi difícil, mas depois foi mais tranquilo. “Era complicado, quando a gente chegava os caras pensavam que éramos clientes, ficavam enchendo o saco oferecendo drogas e desconfiados. Mas depois acostumaram e passaram a tratar a gente bem e até fazer desconto”, brinca Joyce que hoje mora em Carapicuíba e sente saudades da época que morava na Paim. “Ah, era o máximo, movimentado, perto de tudo, era seguro porque ninguém roubava ou fazia bagunça por lá. Se alguém falar mal da Paim e da Augusta, é porque não conhece a região e só está julgando”.
Alguns bares realmente comercializam drogas, mas isso não existe só ali, e o erro está em associar a toda a região e seus frequentadores a imagem que a Augusta é um mercado e pátio de drogas a céu aberto. Os casos não são isolados, mas há muitas opções relacionadas a cultura, música, arte, educação, alimentação e até mesmo as casas noturnas da Baixa Augusta que não podem ser incluídas nessa massa.
Por: Juliana Ornellas - RA: A25EHE-7
Grupo: "Rua Augusta"
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